quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O ABRAÇO AZUL


O ABRAÇO AZUL



Não pode ser azul um terno abraço,
nem de nós está longe quem amamos,
se o vento nos lembrar e nos lembramos
que já fomos azul no mesmo laço,
na descorada cor da mesma boca,
no quente entrelaçar das mesmas coxas,
no abandono total das almas frouxas,
na fome de mil beijos sempre pouca.

Não pode ser azul. Se for desejo,
se for carinho e for também amor,
poderá ser abraço ou ser um beijo,
mas não será azul, pois não tem cor.

Tito Olívio Henriques