domingo, 27 de dezembro de 2009
CANÇÃO DA ESPERA
CANÇÃO DA ESPERA
Sendo a sombra, apalpo o medo
Que sobre mim se resvala.
Para cantar ainda é cedo,
Mas minha voz não se cala
Há noite Espessa lá fora
Nenhum galo ainda canta
Mas brilha em meu peito a aurora
Nasce o sol em minha garganta
Ignez Sparapanni
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Alessândra
Alessândra
Um dia
alguns sorrisos
felicitaram e
justificaram a claridade,
muitos abraços configuraram
um doce afeto da humanidade,
muita alegria
contagiou
e transformou tonalidade,
de algumas horas
que eram sorrisos que eram abraços
que eram presentes...
nos mesmos traços.
Um dia
você notou
que existiram
alguns sorrisos,
você sorriu
porque gostou de alguns abraços
que conseguiu
e recebeu
então saia dessa quietude e venha me abraçar...
amo-te
Dedico a você amiga Alessândra de Alcântara
Ignez Sparapanni/Ig
Penitência
Penitência
O garfo passeia no ar
Mas a visão esta distante
E corre nos campos da infância,
Para onde não há retorno.
Por dentro dos campos fechados
Corações prisioneiros, arame farpado,
Escapas p'ra não voltar aos dias de ontem,
Janelas onde os olhares não cabem.
Enjôo dos dias infinitos tenebrosos,
Com distrações de mal-assombrados espantos.
A toda hora esquentar de pavores reprimidos,
Reprimir dos encantos, sufocar das esperanças.
Testar toda noite a solidez dos blocos,
A rigidez das pedras no desfio das mãos
E o fugir pelos pátios iluminados de holofotes,
Ao zunir das balas, atingidas ilusões.
Mastigar corretamente os grãos escassos da vida,
Absorvendo do garfo as imagens que escorrem,
Por força da adrenalina ou da angustia sentida
(pois que os bravos nunca morrerão...)
Ver nessas horas que é tempo de voltar,
Antes que as horas marcadas me denunciem
E a vigilância tente me queimar
Por ter chegado após o bater dos cartões
Ignez Sparapanni
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Ser
Boba- da- Corte
Boba- da- Corte
Ah, se eu pudesse despedaçar as algemas
E cuspi-las fora de Minha Alma,
Pisar vossas vestes e roçar-vos no rosto
O amargor destes anos cansados de tanto repudio,
Tanger meus dentes em ouvidos serenos
E abrandar vossos risos,
Abafando os soluços
Nas minhas ásperas mãos.
Ah, se eu pudesse bular-me de vos,
Ostentar a bandeja onde pousa serena e soberbamente
A cabeça de Rei, minha Senhora
Ignez Sparapanni
domingo, 20 de dezembro de 2009
Vestes do Dia!
Animal Terrestre
ESPERANÇA
Esperança
No açude de hipocrisias
Quero receber a mensagem
De esperança das montanhas;
Admirar a pureza das nuvens;
Perceber a ingenuidade do Caboclo
Ser surda ao vento furioso
Causador do murmúrio das águas;
Ignorar os acordes
De uma brisa compassada...
Para então partilhar
Da alegria dos pássaros
Ignez Sparapanni
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Navegar... Precisei...
Navegar... Precisei...
Começou a chover. Dia ainda.
De repente o despedaçado coração
Sentiu vontade larga de navegar
Navegar
Na enxurrada lenta que
Calava a voz da rua.
Navegar bonito
No raso dos olhos mais cinzentos
De uma cidade sem poente.
Vai daí,
O coração se arranjou todinho
Dentro de um pequeno barco de papel
E lá se foi...
Enquanto isso,
O magro corpo se molhado
Malemá conseguia se despejar inteiro
No leito das velhas esperanças.
(E, muito menos, na inutilidade do tempo)
Ignez Sparapanni
Os dias se vão...
Os dias se vão...
Os dias se vão ou NÃO
Perdem-se no tempo como balões no infinito.
Tudo acontece. Próximos ou distantes
Os seres vivem e eu nada sei sobre eles
Em mim ha vagas idéias apenas imagens irreais,
Recursos naturais, incertos e humanos
Os dias se vão, os meus os seus, os nossos... quem sabe...
Talvez se aprendermos a soltar balões,
Quem sabe... Os nossos... quem sabe...
Ignez Sparapanni
GUERREIRA
GUERREIRA
Ah! Que me desculpem
os junguianos, freudianos e lacanianos...
Mas, Chico Buarque me entenderia
Nasci com dois pares de asas,
vou aonde eu me levar
Não gosto de nada Raso,
eu quero o mergulho, entrar de roupa e tudo.
Tem coisas que não precisam ser explicadas
Pelo menos para mim.
Gosto de pensar assim:
Se a gente faz o que o coração manda,
lá na frente tudo se explica.
Acho bonito ser gente.
Por isso continuo princesa
Continuo Guerreira.
Continuo na lua
continuo na luta
continuo amando você
Ignez Sparapanni
Os dias se vão...
Os dias se vão...
Os dias se vão ou NÃO
Perdem-se no tempo como balões no infinito.
Tudo acontece. Próximos ou distantes
Os seres vivem e eu nada sei sobre eles
Em mim ha vagas idéias apenas imagens irreais,
Recursos naturais, incertos e humanos
Os dias se vão, os meus os seus, os nossos... quem sabe...
Talvez se aprendermos a soltar balões,
Quem sabe... Os nossos... quem sabe...
Ignez Sparapanni
Rasgando o Azul
RASGANDO O AZUL
Seu rosto carente dança nos meus olhos perdidos!
No bailado das ninfas há a doce incógnita de uma tarde molhada.
Paira no ar o veneno do sulfato
Das rosas esmagadas na calçada, suspiros!
No seu olhar arde uma prece inflamada
No meu, em ritmo alucinante,
Dança uma deusa ferida
Desenha caricias no seu corpo adormecido de gemidos!
Faz-lhe voar como pássaro
Ganhar o universo temido
Num olhar toma-lhe os lábios
E alcança o eterno
Assim, livremente, ensina-o e aprende a amar
E, deposita em suas mãos
O brilho de uma estrela cadente, risos!
Estamos livremente perdidos no azul infinito do céu!
Ignez Sparapanni
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Sou um amor assim
Sou um amor assim
Sou um amor assim...
Sou um amor que afaga, acaricia
Que põe nos beijos carradas de ternura
Que trata igualmente a beleza e a feiura
Que leva ao ninho o pão de cada dia
Sou um amor platônico, perfumado
Resignado, quase divino, especial
Sou um amor moderno, sonhado, virtual
Amor imaginado, oculto, teclado
Amor felino, que morde em cada beijo
Amor que magoa quando dá prazer
Amor sempre feito e por fazer
Amor de abraços, de corpos de desejo
Amor que pisa as fronteiras da razão
Um amor de sonho, paixão, loucura
Amor sem normas, sem compostura
Amor de briga, de fúria, de tesão!
Doce Ironia!
Doce Ironia
Doce ironia tem o sabor da noite
Os que nada e a ninguém tem
seguem como presa fácil
e entre eles estou
Os que tudo tem,
mas buscam e até compram
e nada encontram
Às vezes penso que há um véu
que esconde rostos
de outros rostos sinceros
E por isso,
o encontro belo e pleno
É improvável,
É impossível
Jamais vai ocorrer
Amargo é o sabor da manhã
em que acordo
Tendo ao lado um corpo
Tendo no coração
a certeza de apenas algo a mais
Por meio entre as peças
de roupas espalhadas
Procuro por um véu,
olhando bem no rosto
que alteia o corpo tão bem explorado
Vejo que tudo valeu
e que por mais uma vez
o véu não caiu
o amor não aconteceu
Estou só!
Do orgasmo recente
ao choro próximo
Há um só passo
Um passo que não consigo dar
Ignez Sparapanni
Doce Ironia
Doce ironia tem o sabor da noite
Os que nada e a ninguém tem
seguem como presa fácil
e entre eles estou
Os que tudo tem,
mas buscam e até compram
e nada encontram
Às vezes penso que há um véu
que esconde rostos
de outros rostos sinceros
E por isso,
o encontro belo e pleno
É improvável,
É impossível
Jamais vai ocorrer
Amargo é o sabor da manhã
em que acordo
Tendo ao lado um corpo
Tendo no coração
a certeza de apenas algo a mais
Por meio entre as peças
de roupas espalhadas
Procuro por um véu,
olhando bem no rosto
que alteia o corpo tão bem explorado
Vejo que tudo valeu
e que por mais uma vez
o véu não caiu
o amor não aconteceu
Estou só!
Do orgasmo recente
ao choro próximo
Há um só passo
Um passo que não consigo dar
Ignez Sparapanni
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