quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Poema de Areia


Poema de Areia



Lá vai um poeta na praia deserta,
banhado de sal e paixões das marés.
Caminha a incerteza da onda que oferta
pedaços do mundo jogado aos seus pés.

Navios aportam sonetos de alerta
e o grito vem alto do velho convés
caiado ao betume da vida encoberta
por névoas e sonhos que o tempo desfez.

Avante, poeta!... Escala o rochedo,
esquece as espumas, saudades, e areias.
Navega delírios, gaivotas, sereias

e todos os segredos do verbo aloucar.
Levanta essa âncora e abraça esse medo...
O medo é o troféu para quem quer voar!

Nathan de Castro