sábado, 29 de maio de 2010

CENA MUDA


CENA MUDA

Escrevo poemas, invento cenários
pintados de tintas frescas, afago
teus pensamentos em signos fáticos,
sonhando com atos de amor.
É que, o que penso, nunca falo, e
falo, às vezes, o que não penso.
O que sinto, de fato, tímido bate a
porta da garganta, avisando-te
da minha presença.
Abre-me a porta da saudade e
inavade esse coração sem pena.
Partiste, sem que nunca houvesse
chegado... Saudades de um amor
sonhado. E com a paciência de quem
vai tirando a forma do barro, nós
vamos compondo a nossa precária e
vasta eternidade em cenários e atos
dessa vida que se faz teatro.

Ignez Sparapanni & O.Vaconcelos

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Saudades...


Saudades...

Não entendo, não posso entender
porque nossos caminhos tiveram que ser diferentes.
Sei que também estás recordando.
A imagem não é de vidro.
A imagem não vai quebrar.

Reviver é impossível.
Não quero mais te ver
Mas a imagem não vai quebrar
deixa a saudade ser dura,
deixa a saudade durar


Bebeste uma lágrima
De Poesia nos meus lábios
Sedentos de amor...

E A SAUDADE NAO QUER PASSAR...


Ignez Sparapanni

Voo



Voo
Na palma da mão
um sonho vago:
Um coração de pássaro contido...

E uma imensa vontade de voar... Voar...
Para além da imensidão... Infinito...

Ignez Sparapanni

ECO DE TI



...tentei esquecê-lo
não consegui...
Esta em minhas entranhas,
em meus pensamentos,
em minha respiração,
em meus sonhos
Tento esquecê-lo
Impossível...
Ouço Ecos de ti em mim...

Ignez Sparapanni

Noite de insônia







É Noite de insônia, coisa natural em mim
Aproveito o tempo!
E escrevo, mesmo sendo noite de insônia e febril
Estou em pedaços, em cacos ...
Cacos absurdamente conscientes
Das dores...
Dos risos...
Na contramão do tempo
Ah! Que angustia, que náusea do estomago à alma!
Que amigos que tenho tido!
Acidente da inconseqüência da superfície das coisas...
Carinhos?Afetos?São Memórias?
Falem pouco, devagar.
Que eu não ouça ,sobretudo com o pensamento....
Agora a noite tem uma só cor.
O tempo, esse, deixou de correr.
Os ponteiros esbarram um no outro e por isso se movem, involuntariamente.
A vida continua, mas em câmara lenta, num vagar doloroso.
E neste momento, enchem-me a memória estes versos...
Pouco a pouco, da angustia de mim vou eu mesmo emergindo
Ah! A febre? Esta também cessara...
Finda a noite...
Vem o sol...


Ignez Sparapanni

Procura...



Procura...

Olhei para dentro de mim
procurei além de mim...
Meu deserto...
Meu silêncio absoluto
teci meus versos
lamentei meus AIS

Refleti meu Oasis
recompus minha infância
e em silêncio...
em um gesto imprevisto
encontrei a Mulher
como campo florido...
cúmplice
em sua ingênua doçura... MENINA
a maturidade calma plena... MULHER
em um momento fugaz


Ignez Sparapanni

ESBOÇO



Esboço


Uma dor.
O que de você
em mim ficou...
Há em mim uma saudade;
uma alma calada

Minha voz devora o silêncio,
e no teu canto, que escondes
é que faço valer minha angústia.
Fiz e refiz mil vezes teu retrato,
Construo teu semblante em nuvens que vagam.
Aplico-te as matizes das cores do arco íris.

Joguei fora todas as imperfeições...
Deixei o esboço num canto qualquer,
num lugar que o sol não alcança
para não desbotar da lembrança
Saudade incontida de um TEMPO
Voo que corta a imensidão em busca de uma resposta.
Tudo adormece...
Tudo se cala.



Ignez Sparapanni

Jardim sem estações de ano




Jardim sem estações de ano
de terra fértil e brilhante
regada de carícias e de ternura

num lento afago de olhares
crescem as sementes fecundas de flores
pelas tuas mãos desabrochadas
em deliciosas descobertas

e há jardins à nossa espera.

Ignez Sparapanni

Tango sublime


Tango sublime


Dançamos ao sabor do tempo,
Sem tempo, o nosso tango, naquela rua...
Misto de sensualidade e entrega.
Quero-te no teu silêncio,
leio o teu querer,
no brilho dos teus olhos,
o DESEJO,
a tua pele acetinada,
quente , ruborizada
o teu aroma,
envolvemo-nos em passos e voltas
de um TANGO, sublime

Ignez Sparapanni

DESAFIANDO INCERTEZAS -DUETO


DESAFIANDO INCERTEZAS
Deixo-me ir sem limites
e visto-me de sonhos,
a iludir-me de sentimentos
meigos e existenciais...
Exalo essências de ilusão,
mergulhando num desafio de
incertezas.
Balanço emoções em um
trapézio sem rede...
Tudo me é permitido e
consciente do nada...
Arrisco-me a insanidade
que me consome o corpo,
e se faz desprezo; e sem
apreço teu... Padeço e te mato
por dentro, pensando em
como teria sido, se o sentimento
no instante mágico, houvesse
vencido.
Abatidos pela miséria da alma
insana, nos entregamos ao
mais puro dos momentos.

Ignez Sparapanni / o.vasconcelos

Sonetos de paixão




Sonetos de paixão
imprimem na ondulação amena
delícias para os amantes
e as margens aceitam
os sussurros dos poetas...
num exílio de romances...
onde os sonhos são vida...
em galerias de pintura


Ignez Sparapanni

Hoje quero...



Hoje quero
beber da tua palavra
tocar nos vestígios do teu perfume ...
Agarrar junto a mim o bater do teu coração
saltitar na fragância da tua pele.
Sinto-me débil
procuro os adjetivos no teu regaço...
Tenaz
Sorvo o calor do teu afeto
Descanso no leito do teu ser.

Ignez Sparapanni

Despi...


Despi
o sobretudo denso
de Invernos prematuros
onde o delírio do fracasso
era escuro como breu...
E
Após o banho na saliva dos teus beijos...
Revisto-me na seda de Tua pele
e na ternura do Teu sorriso
Que me acompanha...

Ignez Sparapanni

sábado, 15 de maio de 2010

Desejo...


Desejo...

Sigo o curso deste rio
que é teu corpo
Banhei-me nas cascatas cristalinas
dos seus suspiros

Da música retiro os sons
que adormecem tua alma
como poema inacabado,
que a cada dia te entrego,
trouxe-te os cantos dos sabiás,
trouxe o gosto de vainilla rara na boca...
pra te beijar.
Te espero em cada noite,
envolto na magia deste tempo,
deste lugar que para ti criei.
Me levas para as estrelas
Para o deserto,
para o mar...
Me leva..
para além do êxtase total...

Ignez Sparapanni

Palavras soltas...


Palavras...
soltas,
se misturam.
O poema
Já disfarça
Meus dilemas.
Nele arrisco,
em versos e em
sonoridades me envolvo..
...e nas orquestras do amor
Em composições
junto os trechos de amores
desencontrados,
corroídos..
Mas meu poema è como roca
que fia e tece minhas palavras
Palavras soltas...
meus dilemas...

Chegas!
e contigo o sorriso contagiante
que me banha na espuma da esperança.......
onde a poesia ecoa no pensamento.....
e no deserto da existência

Palavras soltas...


Ignez sparapanni

Venha Devagar...


Venha Devagar...

Deixe que eu entre
para um passeio em seu coração
amorosamente mansa...
Apetece-me fugir para dentro dos teus olhos.
Percorrendo os labirintos do seu ser.
Não deixe que qualquer angústia atinja o meu coração.
Venha devagar..

veja cada vinco do meu rosto é onde
o caminho da angústia se deteve...

Venha devagar...
Pouco a pouco,aloja em meu coração
Não faça que o passado se torne permanente
Toma em suas mãos o meu voo...
me traga o sonho...
Um castelo de areia, é tudo quanto quero
para acostar o meu barco de papel.

mas venha...venha devagar...
e me faça sonhar!

Ignez Sparapanni

Deixo os pensamentos ..


Deixo os pensamentos ..
perdidos...
Deixo o olhar
escorregar brandamente
pelas águas do rio...

Os cabelos ao sabor da brisa morna

Mergulho
no tempo, indefinido...
E tu foste,partiste sem mim...
Anseio pela tua chegada...


corre vem ... depressa!

Ignez Sparapanni

Não sou nada que possas temer...



Não sou nada
que possas temer,
muito menos nada
que não tenhas sonhado.
Sou exatamente o reflexo
dos teus sonhos na realidade.
Esta magia que descobres
ao ler-me nada mais é
que o teu próprio encantamento
que se reflete nas letras que escrevo,
como um espelho que direciona
o teu brilho de volta à tua alma.
Erguendo ondas
E despertando sentimentos antigos
Adormecidos...

Ignez Sparapanni