sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

ENLAÇO







Não tenho asas, guardo-as penduradas

detrás da porta do teu quarto,

onde adormeço no teu regaço,

como criança nos braços de Deus,

porque é em ti que descubro a paz,

é em ti que descubro a singela ternura

com que teu corpo macio, no meu segura.

Deixa-me dormir,

porque as viagens me cansam tanto,

que cada vez que em ti aporto,

o sono é sobre humano

que descanso por séculos

colada ao teu corpo eterno.

Sei que me velas,

que me mimas e me beijas~

com a candura de quem ama,

a mulher, e também a criança.



Ignez Sparapanni