Não tenho asas, guardo-as penduradas
detrás da porta do teu quarto,
onde adormeço no teu regaço,
como criança nos braços de Deus,
porque é em ti que descubro a paz,
é em ti que descubro a singela ternura
com que teu corpo macio, no meu segura.
Deixa-me dormir,
porque as viagens me cansam tanto,
que cada vez que em ti aporto,
o sono é sobre humano
que descanso por séculos
colada ao teu corpo eterno.
Sei que me velas,
que me mimas e me beijas~
com a candura de quem ama,
a mulher, e também a criança.
Ignez Sparapanni