terça-feira, 6 de outubro de 2009
OLHOS SEM VIÇO
OLHOS SEM VIÇO
Triste a vagar, de noite, pelas ruas,
Alma vazia em solidão sem fim,
Ouço meus passos soando nas calçadas,
E desdigo a vida, por ser crua, assim.
Olhos vidrados na expressão mais fria
-Estranho o mundo, como se apresenta:
Farsas constantes, desenganos duros,
Vida que passa, desilusão que aumenta.
Meus claros olhos, antes tão felizes,
Olhos beijados com o mais puro amor,
No olhar de agora, se petrificaram,
Brilho apagado em sua morta cor.
Envelhecidos, perderam todo o viço,
Foram tão lindos! E o que são agora?
Alguém diria, que esses mortos olhos,
Foram belíssimos, vivendo, outrora?
Teus olhos se acendiam pelos meus
- Lenta agonia, pensar que tive tanto -
Hoje meus olhos já não podem ver,
A beleza da vida, todo o seu encanto!
Tanta magia vivi, fáceis amores,
Uma existência de banal prazer.
Sentença cruel, agora, nos meus olhos,
O meu imenso desejo de morrer!
Miriam Warttusch