sábado, 30 de janeiro de 2010

Morre não, velha mãe!


Morre não, velha mãe!



Os dias hoje cravam sua imagem
De baitas cicatrizes.
E em cada verso cansura,
O universo de Adorama
Parece mais um berro sangrento;
Sempre escarafunchado pelos
atalhos e pinguelas
Do seu cotidiano tão caipira

(já se faz difícil beber a tragédia do seu morrê à míngua)


As margens do pensamento perdem-se
Feito as nuvens arcoirizadas,
Que o céu dispenca
Pra mode embalar sua infantil velhice.
Aliás, é por isso que
Adorama ainda é uma fotografia
Quase sépia de um tempo
Infinitamente verão


Ignez Sparapanni