sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

e um novo ano ...




...E nessa historia toda o ano acabou passando feito um relâmpago fortefrio
Afiado, atrevido e faminto de aventuras. Passou despindo os pesares ares de emoções moças moções
esculpindo as culpas passos vendavais vendas anais
colorindo os corpos casos marcas e marquises
exigindo o giro sol a sol
sumindo na desavença do perder de vista
repartindo as parcas partes e feitos
tingindo de sombra umbrais surrados:
(E tanta gente nem sequer saiu às janelas para saber das poucas chances que tivemos de viver.
E pouca gente saiu às praças-arenas para viver as tantas lutas que ainda é preciso fazer)


... E o ano acabou passando. Reticente... como um choro de um pássaro em leque esvoaçante
Passou despejando no seu acaso os entojados cartões de natal, jurantes incertos por Jesus Cristinho e pelas estrelas poentes que agora é tempo de gotejar o ar um jeito para nascer de novo.

Mas acabou passando.
No entanto, já vamos-nos, a destilar esperanças
Com os olhos do rosto e da alma bem ativos, acesos.
(mesmo quando lagrimejados de gás ou de noite).
A voz e canto, o canto em coro.
Os braços tigrinos, untados de uma certeza lépida.
E os peitos e os corações atentos, espalmados
feito essa larga vontade que nos embebe embala

Nesse novo ano, fazer esgotar pelos bueiros da vida
as lagrimas fartas de tristezas
e as indolentes angustias
que deixaram em pedaços nossa ventura de viver

beijos
Ignez Sparapanni