quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Navegar... Precisei...


Navegar... Precisei...




Começou a chover. Dia ainda.

De repente o despedaçado coração
Sentiu vontade larga de navegar
Navegar
Na enxurrada lenta que
Calava a voz da rua.

Navegar bonito
No raso dos olhos mais cinzentos
De uma cidade sem poente.

Vai daí,
O coração se arranjou todinho
Dentro de um pequeno barco de papel
E lá se foi...
Enquanto isso,
O magro corpo se molhado
Malemá conseguia se despejar inteiro
No leito das velhas esperanças.

(E, muito menos, na inutilidade do tempo)




Ignez Sparapanni