
Versos vazantes...
Do terraço, último andar da torre da minha existência
Atirei ao vento os poemas que escrevera
Com minh’alma apaixonada...
Eram cânticos extraídos do coração enamorado
A mulher que amei, a bem da verdade, nunca existiu
Era fruto da minha imaginação, musa inspiradora
Que julguei ser adequada a minha personalidade
Ocupava meus pensamentos e preenchia os meus vazios
Eu precisava ser razoável comigo mesmo, amar-me mais
Decidi então, poupar-me, dar-me um tempo
Refazer-me dessa frustrante utopia em que vivia
Talvez eu deva procurar um amor verdadeiro
Pensando melhor, sem essa de sair a procura de alguém
Nunca fui bom nisso, vou deixar que ela me encontre
Que o destino, os anjos, os deuses ou mesmo o universo
Numa inconfidente conspiração possa trazê-la até mim
São coisas em que eu acredito, ficarei na expectativa...
Que ela, a escolhida, tenha uma alma pura e forjada...
Da mais pura liga de amor, que se apresente, apareça...
Em minha porta com um belo sorriso pueril nos lábios
Indagando e exclamando:
Foi daqui que desperdiçaram lindos versos de amor?
Eu achei-os! Quero devolvê-los! E saber se ainda...
Está disponível o coração de quem os escreveu!
Ricardo G Denunes